terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sim! Nós podemos!


RIO DE JANEIRO! CIDADE OLÍMPICA 2016
VIVA!
Abraços daqui!
Este é o logo oficial do Congresso.
Veja aqui para saber mais!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Olimpíadas 2016


Olhem que coincidência...

Amigos, vejam só! Hoje cedinho coloquei aqui este post sobre o Rio.
Duas horas depois, fui ao centro, pois levei Christian para o dentista. Perto da escola onde meu filho estuda, localiza-se o Hotel Sankt Petri, onde vi uma bandeira do Brasil estendida aos céus. E que bandeira! Impossível não notá-la - simplesmente enorme. Bom, meu coração disparou... O que será? Fui até a entrada do Hotel e vi grandes cartazes sobre a cidade do Rio de Janeiro - candidata para sediar os Jogos Olímpicos em 2016. Eu, na verdade, já havia lido sobre este encontro do Comitê Olímpico aqui em Copenhagen, mas já nem lembrava mais disso. Pois, pelo que me parece, o Presidente Lula virá para Copenhagen esta semana, assim como Obama. Ambos querem promover suas cidades. Dia 2 de Outubro será divulgado o resultado. Aguardo ansiosa... E quem sabe vou dar uma olhadinha pelas ruas, pois as autoridades participarão de um passeio ciclístico do centro de eventos Bella Center até a Praça da Prefeitura - as celebridades serão copenhaguenizadas... na cidade ciclística. Não tem como escapar!

Cidade da gente



Rio de Janeiro, cidade maravilhosa! Sua beleza inesgotável deslumbra e comove o mundo inteiro. Emoldurada entre o mar e as montanhas, numa combinação única de cores e cenários, forma um dos panoramas mais belos da terra. Aninha-se por entre ilhas, enseadas e baías de forma sinuosa, eternamente maliciosa. É impossível descrever sua formosura em toda a sua plenitude. Cidade simpática, delgada e sensual - uma garota de corpo curvado. O Rio é magnificência e miséria ao mesmo tempo, é o caos, propriamente dito. Um caos que enfeitiça e que é belo. Cidade cobiçada. Sonhada. Infelizmente, porém, o Rio é também o campeão mundial em homicídios onde, a cada hora, uma pessoa morre vítima de arma de fogo – uma selva de violência humana imponderável. No entanto, não há na face da terra cidade mais bonita. Tudo é graça o que dela se pode dizer.

Rio de Janeiro... Cidade da gente! Brasileira!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Lá, a primavera... Aqui, o outono!


É setembro, quase outubro. Caminho pela alameda de castanheiras e ouço o farfalhar das folhas. Tento decifrar a magia dos fulgores e das sombras, dos ruídos e do sossego. Parece-me um concerto, a melodia do tempo que urge e se modifica. O dia adormece mais cedo. Lá fora a noite embala o mundo. É fria e merencória, mas afetuosa. Noite de outono, quase inverno.

Imagem, aqui!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Trier



Três meses depois, nossa mudança estava a caminho de Copenhagen. Na verdade, não esperava deixar a Alemanha tão cedo, a não ser que fôssemos voltar a morar definitivamente em meu próprio país. No entanto, os rumos que tomamos eram opostos. Estávamos deixando para trás a pequena cidade de Trier que para mim, entrementes, havia se tornado uma espécie de home. Aprendera a gostar daquela região pela qual viajávamos sempre, conhecendo pequenas aldeias, onde os vinhedos silvestres cresciam nas paredes de construções quase milenares. Lembro-me das margens bonitas do Mosela, do Saar e do pequeno rio Sauer - quase um riacho -, que faz a divisa entre a Alemanha com o país de Luxemburgo. Chorei ao deixar minhas amigas que, ainda há pouco, eu acabara de conquistar. Levei na mala um álbum de fotografias, confeccionado por elas em segredo. Muitas tardes alegres de verão, assim como intermináveis dias frios de inverno, havíamos passado juntas. Inventamos a noite da mulher, quando nos reuníamos uma vez por semana, sempre na casa de uma, alternadamente, para saborear o prato predileto da anfitriã. Falávamos de moda, de viagens e de livros. Como eu era estrangeira e procedente de um país para elas exótico, enchiam-me de perguntas. Queriam saber sobre o Brasil, nossos usos e costumes. Falava-lhes, então, sobre minha vida latina, enquanto observava os olhares curiosos e surpresos dessas mulheres européias, que nunca haviam visto uma bananeira e muito menos uma laranjeira em flor. Sentia-me uma pessoa privilegiada por ter nascido num país tropical e por saber desde menina que um abacaxi não cresce em árvore. Despedi-me de Ruth, de Sabine, de Anna e de Brigitte. Fui embora, em busca do Norte Europeu.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Maris


...recordo nossas tardes de domingo ao sol.

Lembro de ti, Maris, a menina loira de meus dias de infância. Teus olhos azuis expressavam um carinho sólido. Falavam nesse silêncio constante e profundo que neles existia. E em ti havia tanta coisa escondida e calada... Medias as palavras. Preferias balbuciá-las de mansinho, em fragmentos monossilábicos. Falavas com vozes de aquarela, timbres suaves saiam de tua boca e te deixavam ainda mais branca, quase frágil. Ah, Maris! Dizias que eu era muito rebelde. E olhe, a tua sensatez me feria a pele. Eu te amava com toda a estrutura de tua alva estampa, mas morria de raiva da prudência que te seguia. Aceitavas as regras impostas por Dalila como um sacerdócio. Teu coração era puro de travessuras. Eu acompanhava-te, é verdade, mas meu olhar parava em outras órbitas. Muitas vezes esquecia da menina comportada e me entregava por inteira às aventuras. Eu me empolgava e já nem lembrava das recomendações de nossas mães. Sovava e espalmava a vida, feito uma massa de pão que crescia em minhas mãos. Quando brincávamos à beira da água, escolhíamos para ti nomes de artistas loiras - as mais bonitas e famosas - e nelas encorporavas com a parte mais tênue de teu talento representativo. A Maris que eras, não permitia que assumisses uma outra identidade, o pincel que usavas para representar, era de finíssimos fios. Teus traços são mais profundos.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sem contrastes




Casas estreitas, unidas, geminadas. Parecem de mãos dadas. O lugar onde moro é um quarteirão de casas todas iguais. Elas têm a idade de um século. Moramos no Quarteirão dos Compositores - uma pequena vila dentro do Bairro de Østerbro, não longe do centro de Copenhague. Cada rua foi batizada com o nome de um compositor dinamarquês.

De minha janela olho as outras casas. Vou para a rua. Caminho e percebo o mundo pequeno, como se fosse um ninho. Trilhas miudinhas, um jardim de malvas, quase selvagem Há música dentro delas, são eles que estão compondo... ainda! Encontro o menino, a moça, a vovó, que me faz um sorriso. Aqui uma bola, ali a bicicleta. Trezentas e noventa e três casas. Trezentos e noventa e três universos. Dezenas de castelos de sonhos. Penso em amores ali encontrados.

Fachadas uniformes, sem monotonia. Cada moradia leva um traço de sua personalidade que a distingue de todas as outras: a cerca, a gérbera, um banco, o guarda-sol, a cerejeira em flor, as lanternas, o carrinho de nenê, a casa de passarinho, a roseira. Janelas sem grades, poucas cortinas, somente vidraças. Quase todas com moldura branca, ou verdes, algumas azuis. Do lado de dentro há um parapeito rente à vidraça, onde há espaço para colocar um candelabro, uma planta, um porta retrato. Ou, quem sabe, um vaso? A escadaria é iluminada, sinto o cheiro da madeira. Muitas luzes. Design dinamarquês.

Um lugar... Komponistqvarteret. Nada pomposo. Sem contrastes. Apenas bonito.

terça-feira, 8 de setembro de 2009



Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.
Antoine de Saint-Exupéry

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pátria

Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi...
Vinícius de Moraes


Com um lápis na mão eu rabisco o mapa de meu país, o espaço geográfico que compõe o território brasileiro. Delinio linhas e imito suas curvas graciosas. Dentro dele coloco figuras e palavras, como uma criança que inventa uma história. As palavras se perdem pelo espaço babilônico de meu país continental. Vou escrevendo outras para caracterizá-lo melhor. Ilustro-o com um sol amarelo copioso. Vou pintando a sua área com as cores de minha alma, enchendo-a de luz e de movimento. Recorto o mapa e seguro-o em minhas mãos. Com resguardo, embalo-o carinhosamente. Desenho o mar de águas claras, verdes. Este mar imenso que balança faceiro acaricia a minha terra. Beija-lhe o rosto e lambe as areias brancas da praia. Observo o encanto do oceano e a luz da lua, prateando as suas águas ritmadas. Meu olhar se perde na imensidão do mapa que risquei, e eu sinto uma doce loucura que me envolve e uma saudade imensa... que transborda. 

Imagem e texto: Ilaine 
Foto: Spring in Copenhagen

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Escolhas


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Em nossos caminhos sempre haverão encontros e despedidas, flores e lágrimas. As escolhas que efetuamos ditam os rumos de nossos passos, um a um, enquanto vamos formulando nossa vida. Escolhi viver fora do Brasil. Foi uma decisão pensada e uma das mais importantes em minha vida. Ganhei muito ao viajar e nunca me arrependi. Com o passar dos dias, contudo, a dor da ausência se torna mais forte, mais constante. Lembro do passado – uma presença contínua em minha vida. É minha inquietude e minha reflexão. Muitos anos se passaram, vivo em outros tempos, tenho outra idade. Seguidamente, surpreendo-me a pensar em qual é o meu lugar. Questiono-me se foi certo ter deixado minha família e meus amigos. Interrogo-me se não seria melhor voltar a viver no Brasil. Se isto... Ou aquilo!
Toda escolha trará suas consequências. Investigo e avalio minha decisão de há tantos anos atrás e faço novas descobertas. Examino-a, rosto a rosto, e vejo um véu finíssimo deslizar devagarinho de algo que estava coberto, desnudando a sua verdadeira fisionomia. Desembrulho minha escolha e verifico que lá no fundo do pacote há uma cota de coisas guardadas que eu ainda não havia visto, ou não queria ver. Encontro pequenas confidências que me acompanharam sem que eu as percebesse, quase dissimuladas. Sentimentos reservados e silenciosos, quase calados.
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Nada se dá por um acaso... Há uma razão para tudo o que fazemos ou deixamos de realizar.
Imagem by- rashell-stocks