sábado, 7 de julho de 2012

Manhã

 Obrigada pelo carinho!

Mês de julho, é verão! A manhã está fresquinha, como a gota de orvalho que cobre a pétala, feito lantejoula brilhante. O ar cheiroso e puro das plantas é como um filete de cristal que se espelha na imensidão verde dos pequenos jardins. E não há silêncios... há visitas, sempre visitas. São os pássaros... incansáveis em suas canções, unidos já fizeram do canto uma perfeita sinfonia. O sol espia - desde às quatro da madrugada - por entre as pontas dos telhados de ardósia. Gosto de levantar cedo. Abro a porta de vidro da sala de jantar, sento na escada e cumprimento as flores, as folhas e o pequenino caracol que sobem a cerca – a casinha que carrega está pesada demais, me dizem, já com suor escorrendo pelo rosto. E então sinto e vejo este cenário que é apresentado para mim, exclusivamente. Ali fico! Observo e penso.... na poesia do momento, momento emoldurado no soneto de meu sentir. O cotidiano me faz escrever, como agora. O que vivo posso escrever, posso relatar. Desenho o ambiente da maneira como eu o vejo, perdida em minha adoração... já quase irremovível. Imaginar é difícil, sou tão pobre na ficção. A manhã está enfeitiçada. Descansada, saltita e rodopia com ares de graça e já nada se assemelha com a tarde lenta e preguiçosa no final do dia, quando as horas alongadas já pesam-lhe nas costas.



Texto e imagem: Ilaine