quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Planícies

Não há montanhas, só planícies. Mar e terra se entrelaçam, formando ilhas, lagos, fiordes, baías e enseadas. Analogias geográficas. O Báltico banha as costas com suas águas tranquilas - quase doces. O mar misterioso sempre foi motivo para gerar questionamentos sobre a minha vida – a cerca de tudo. Em sua profundidade, desenho algas, cardumes coloridos e cavalos marinhos. O seu leito é uma vida invisível para mim, um pouco alienígena, surreal. Vivo numa ilha e posso somar a praia... a poucos passos. Não há montanhas. A planície me tranquiliza - ampla janela, sempre aberta, ilimitada. Ela tem a moldura da liberdade. E lá, no horizonte distante, há um lugar impreciso... que quero conhecer, que guarda surpresas. Um segredo, talvez.




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Inquietude

Viagens em mim. São as idas e as vindas que me transformam. Sou fortaleza para não dar espaço a emoções... na hora de ir. Todavia, a fragilidade me toma, ao desembarcar. Existe separação. O que me divide é o espaço físico de dois mundos que tenho. No entanto, habito-os e amo-os, simultaneamente. So weit und doch so nah. Encontro a dor e a doçura. Não é uma poça de água logo ali, onde sapateio e me molho. Não, é o mar que separa continentes. Busco.... e chego ao meu destino, ao que sou, ao que procuro – minha inquietude. Há o que compreender, e tanto para assimilar. Ainda que a dúvida me devore, saboreio o suave instante da estabilidade - de ser e estar. Reestruturo-me.