sábado, 1 de agosto de 2009

Moscou

Chegamos a Moscou num final de janeiro gelado. Quando deixamos o aeroporto já estava escuro e eu pude ver as luzes desta cidade monumental, envolvida por um manto de frio. Embora houvessem muitos carros nas ruas, senti um silêncio agressor. Era a noite hibernal de Moscou, que tentava se proteger da neve e de um frio intenso. Do ônibus que nos levou ao hotel, pude ver largas avenidas e as muralhas do Kremlin, como também as cúpulas douradas das igrejas.
Depois de desfazer as malas, meu marido e eu resolvemos sair para um primeiro passeio noturno em Moscou. Não muito longe de nosso hotel havia uma estação de metrô de onde iríamos até a Praça Vermelha. Pois, nada mais simples... Mas, quando queríamos comprar os bilhetes no automático vimos que a nota de rublo de que dispúnhamos, era de um valor acima daquele que a máquina aceitava, e não havia mais nenhum caixa aberto para comprar nossos bilhetes ou para trocar dinheiro. Decepcionados, vimos o nosso passeio terminar ali mesmo. Mas, uma pessoa notou que estávamos em “dificuldades” e começou a falar conosco, perguntando se poderia nos ajudar. O rapaz, um estudante africano, que falava um inglês fluente, nos ofereceu dois de seus bilhetes, deixando-nos radiantes com a sua gentileza. Mal havíamos chegado e vivenciamos um bom momento neste país distante. Muito gratos, descemos a escada rolante e descobrimos que o metrô de Moscou não é apenas um perfeito meio de transporte público em termos técnicos, como também é uma verdadeira obra arquitetônica: suas estações são lindos castelos subterrâneos, onde não se poupou com mármore, bronze e vidro. Todo complexo possui 149 estações, cujas linhas duplas formam mais de 240 quilômetros.

14 comentários:

lula eurico disse...

Sobre a tristeza ou a alegria, é Alberto Caieiro quem nos fala no poema XXI, de O Guardador de Rebanhos:

"Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja..."



Muita paz pra vc e família!

Dora disse...

Ilaine. Que passeio de sonho esse! E que metrô artístico! A foto acima é dele?
E ainda, logo no primeiro instante de buscar a novidade, já a sorte apareceu na forma da gentileza de um rapaz!
Muito promissor esse fato...
Eu gostaria de ler mais, e mais...sobre essa viagem a um lugar tão extravagante para nós, brasileiros.
Abraços a você e aos seus.
Dora

eder ribeiro disse...

Em um país frio imaginaríamos as pessoas frias de sentimentos, distantes até, mas não, nesta viagem o teu maior troféu, com certeza, foi o calor humano deste africano; pessoa assim eu o chamo, humano com sabor divino. Um beijo para ti Iliane, vc tb tem este sabor.

Elcio Tuiribepi disse...

O Éder tem razão, este calor humano é o faz a diferença nessas horas...
De certa forma uma ação assim fica para sempre em nossas recordações, pois ela nos tira de uma situação complicada, e fica aquela sensação de alivio...
Um abraço na alma...

Sonia Schmorantz disse...

Que linda viagem, consegues mostrar o lindo e luxuoso de Moscou.
beijo e otimo domingo

Luiz Caio disse...

Oi, Ilaine! Como vai?

É um sonho estas suas viagens!...
Tudo muito encantador!

QUANTO AO SEU E-MAIL, NÃO RECEBI NÃO, MINHA QUERIDA!... VOCÊ PODERIA ME ENVIAR NOVAMENTE?

TENHA UM LINDO DIA DE DOMINGO!

BEIJOS

Beti Timm disse...

Ilaine, é incrível, como vc com sua meiguice atraia pessoas e bondades alheias. Este fato nos prova que mesmo onde tudo é frio e estranho, sempre há o calor humano. Também como a Dora, quero ler mais coisas desses lugares tão desconhecidos pra nós. Poderia progurar na internet, mas não se compararia com a sensibilidade que vc tem ao descrevê-los!

Beijos e carinho.

Germano Viana Xavier disse...

Realmente de causar inveja a qualquer outro país. Muito lindo. Agora posso dizer que já estive numa estação de metrô moscovita. Ou quase.

Carinho imenso, Ilaine.
Continuemos...

Osvaldo disse...

Oi, Ilaine;

Moscou, é uma cidade fantástica onde a riqueza do poder, a riqueza de novos milionários, e a pobreza dos que não souberam ou não poderam seguir um novo rumo do país se cruzam numa cidade fascinante...

Mas apesar de todas as belezas de Moscou, prefiro o encanto de St- Petersbourg, pela sua cultura e seus Palácios.

bjs, Ilaine,
Osvaldo

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

esse é o transporte que as grandes cidades deveriam construir, no lugar de viadutos sobre viadutos, com alargamentos de avenidas, a empurrar pro lixo a dimensão coletiva, com o império dispendioso do individual.
saudações,
luis de la mancha

Luis Eustáquio Soares disse...

esse é o transporte que as grandes cidades deveriam construir, no lugar de viadutos sobre viadutos, com alargamentos de avenidas, a empurrar pro lixo a dimensão coletiva, com o império dispendioso do individual.
saudações,
luis de la mancha

Katia De Carli disse...

Ilaine querida
Peço perdão pelas minhas faltas e ausências...
Ontem eu pensei tanto em você. Não sei porque, mas toda hora você vinha ao meu pensamento. Como não tinha como me comunicar (estava sem computador) fiz uma prece... chegou até aí?
Minha amiga, obrigada por todas as visitas, pelas palavras carinhosas, pelo estímulo. Ainda ando meio "capengando". Semana que vem vou a um especialista em medula no RJ - vamos ver o que tem a nos dizer. Mas não perco a fé de um dia ficar livre da dor...
Dei um passeio pelo seu blog. Quanta coisa linda. Amei a crônica da senhora bailarina. Moscou deve ser linda mesmo. E já anotei a dica do livro.
Tenha um excelente dia!
beijos

Sueli Maia (Mai) disse...

Tour inside. É mágico visitar os interiores através dos teus olhos.
E tudo é grande. Imenso.

Beijos, querida.