quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ventos

Ventos de outono balançam o dia. Trazem-me aromas de frutas maduras. Aqui no jardim, sozinha, ouço o transformar dos ciclos. Cores únicas. Olho-as admirada. As formigas fazem fileiras e carregam folhas cortadas nas costas – é preciso fazer depósitos para quando no inverno estiver fazendo frio demais. Se não fosse essa profundidade nas coisas. Se fosse mais leve como o farfalhar das folhas caídas. Assim, preciso contar, pois poderá transbordar de mim. O aconchego de tudo me envolve e eu sinto algo tão bom. Deixo-me levar – e tudo é imenso, e belo.

Texto/Imagem: Ilaine

6 comentários:

Dauri Batisti disse...

Recolhes as cores, as sensibilidades, as belezas. Recolhes tão bem. Aceitamos o que nos oferece.

eder ribeiro disse...

Amiga Ila, só o fato de perceber a formiga mostra o tanto de sensibilidade que carrega. Bjos.

Canto da Boca disse...

"Se não fosse essa profundidade nas coisas", se não fosse a sua tão poética e delicada escrita...

Que texto encantador, Ila!

beijão!

;))

Paulo Francisco disse...

Adorei a imagem também.
Um beijo

lula eurico disse...

Esse aconchego com o entorno, essa ternura... essa mediação lírica e emocionada com as coisas em derredor, eis o que nos faz humanos, o que nos faz poetas...

Abç fra/terno

Zizi Santos disse...

Num momento de dor, as palavras nos acalmam
obrigada
citei vc no meu blog, hoje
bj
Zizi