segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Palavra leve e lisa... a escorregar. Desenho-a na folha branca. Contemplo suas linhas, a delicada forma, sua fotografia. Parece-me tão só, tão órfã... Todavia, traz em si uma inviolável poesia. Ouço sua voz, cantares em lírico silêncio, musicada, uníssona. A ela me afeiçoo e percebo sua melancolia. Ensaio um complemento. Formo palavras pares, enlaçadas, unidas, contextuadas... em dada sincronia. Semiconsoantes. No entanto, a frase é vazia, sem moldura, sem rima, sem verso... opaca. Minha palavra ausente, distante, inconfessa. Escorregadia.

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