Todos os dias eu esperava por ela. O céu infinito parecia um leque aberto, um palco. Durante dias acompanhávamos o comovente processo da lua crescente, lua cheia. Vovó Lisbeth, forte e evidente, nos explicava com entusiasmo este fenômeno da natureza. Esperávamos fervorosos pelos primeiros clarões que anunciavam o aparecimento da lua por detrás das montanhas. Observávamos as pequenas modificações diárias até o dia da grande apoteose. Juntos, nos emocionávamos com a lua grande, cheia e prenha. Ela era um ser amigo, muito embora soubéssemos que jamais desvendaríamos por completo os seus enigmas. Mas eu lhe atribuía sentimentos e aromas. Farejava-a.
Estremecíamos de emoção, nós crianças e nossos avós. Lá estava, quase ao meu alcance, a lua que tanto amava: redonda, clara e luminosa. Aparecia como uma deusa, formosa e galante. Era como se dançasse para mim, ao ritmo suave de uma balada. Eu batia palmas. Corria pela grama em rebuliço, estendendo os bracinhos, como quem deseja tocar e abraçar a lua bela – a dançarina celeste, a misteriosa luna das noites de verão. Ela fazia parte de minha vida, eu a queria bem. Desenhava-a com olhos, nariz e boca. Sempre!
24 comentários:
Cá no nordeste do Brasil, (nem sei se em todo o país), tínhamos o costume, ensinado pelos mais velhos, de pedir:
"A benção, mamãe Lua!"
Lembrei disso ao ler teu delicioso texto. Como é bom receber essas construções afetivas de nossos avós. Mesmo depois que crescemos e quando a ciência vai nos tirando a magia das coisas, fica essa emoção, essa lúdica imaginação, que ainda preserva, em regiões remotas de nós, o ar puro da infância, em que a nossa criança eterna vem respirar e que nos refrigera a vida de adultos.
Abraço fra/terno.
Eurico!
E que delícia, já cedinho assim, receber aqui o seu comentário, sempre tão rico e lindo.
Pois, dentro de nós há o ar puro da infância, com certeza. E deve permanecer, não é? E eu, por ter deixado estes espaços, sinto forte as recordações remoendo dentro de mim. Mas é algo bom, agradável.
Não é dor, são apenas saudades.
A bênção, mamãe Lua! Bonito demais! Não conhecia não, Eurico!
Abraço
Interessante como este texto mexeu comigo!
Fui criada pelos meus avós e, invariavelmente, em noites de lua cheia sentávamos na varanda. Meu avô contava histórias fantásticas tendo a lua sempre como personagem!
Tão bom lembrar disso! E tão bom te ler!
Beijo, querida!
Menina!!!
Tu nem imaginas... Mas agorinha mesmo lembrei de ti e pensei: depois vou tomar tempo para ler a Euza, pois já está novamente com postagem nova. Enquanto eu pensava em ti, estavas me escrevendo. marvilhoso, isso. Obrigada, flor, pelo carinho.
Beijo
"Muito freqüentemente,
nós subestimamos o poder do carinho,
de um sorriso, uma palavra amável,
um ombro amigo, dar ouvidos,
um elogio honesto, ou o menor ato de dedicação,
pois todos têm o poder de transformar uma vida."
Bom fim de semana
um beijo
Ilaine estamos na mesma sintonia, meu post é uma homenagem ao meu avô. Eu tenho uma imagem da minha Bahia em tons azulados com pontos estrelados brilhante e uma bola redonda luminosa, este cenário era o céu da minha infância. Bjos e encantos para ti.
Histórias de nossos dias memoráveis, como é bom lembrar, melhor ainda poder falar, contar!
beijos, lindo final de semana
Ah mas esta calmaria aprisionada
Sobe ao celeste um frio arrepio
Entre o mar e as negras pedras
Vive um coração de onde escorre um rio
Onde moram sereias douradas
Onde os peixes falam de amor
Onde as pedras são felizes
Onde as águas lavam o rancor
Boa fim de semana
Doce beijo
Tão bom te ler...
Você acordou uma lembrança cheia de ternura, da minha avó e a lua cheia numa virada de ano.
Obrigada
Queridos amigos!
Mas que bom vê-los aqui.
Cada palavra recebida - e dada- é preciosa. Obrigada pelo carinho.
Beijo
salve, ilaine, que a lua é esse farol na noite dos tempos; caracol se nosso sol.
beijos e brasileiras saudações cosmopolitas
luis de la mancha
A lua é isto e você é a poesia que a lua inspira quando nasce ou quando brilha imensa no céu.
E esperar uma lua romper alinha do horizonte ou espriguiçar, despertando por sobre montanhas, sempre foi e sempre será mágico, inspirador.
Abraços, amiga,
belo texto.
Grato pelas palavras sobre a minha biografia poética. rs
E um abraço, irmãzinha dos pampas.
VC tb é especial. Sorte do Matheus e do Christian, em ter uma mãe tão generosa.
Lindíssimos os textos deste blog. Um ar fresco acariciando-me o rosto.
Belo.
Um beijo :)
Lembranças que permanecem.
Eternas, como amores enluarados...
Meu carinho, Ilaine.
Bom domingo.
Oi Ilaine!
Que blog liiindo!
Gostei muito e mais ainda em ter vc acompanhando meu blog!
Seja bem vinda!
Bjs.
Ilaine;
Que bom seria se nossos avós fossem eternos, porque imortais eles serão para sempre em nossos pensamentos.
Como eu lembro, hoje já avô, dos meus avós tanto maternos como paternos, que tanto contaram em minha vida. Muitos dos seus conselhos ainda hoje eu utilizo para orientar minha familia.
bjs, Ilaine e boa semana.
Osvaldo
QUERIDA ELAINE, MAGNÍFICO TEXTO... SIMPLESMENTE SUBLIME!!!
ABRAÇOS DE CARINHO E TERNURA,
FERNANDINHA
Pena que depois que a gente cresce a gente perde essa inocêcia. Ás vezes a gente mal para pra olhar a Lua. Pena..!
Beijo, amiga!
Olá, Ilaine!
Poxa! Este texto parece que foi escrito para mim.
Adoro a lua. Adoro observar o céu...Observar a lua...Sempre!
Senti tanta saudade de minha avó. Ela nos fazia saudar a lua nova, todos os meses, quando ela nascia. Era um hábito, quase um culto. E, também acompanhávamos o seu crescer, até se fazer cheia, com mil promessas de nossa parte para um futuro melhor.
Seu texto despertou em mim a vontade de escrever sobre minha avó e suas crendices, seus remédios caseiros, seus benzimentos, suas hstórias...
Que saudade!
Adorei, Ilaine!
Wxcelente semana a você!
Muita paz! Beijossssssssss
passei para lhe desejar
boa semana!
Bjs
Amigos!
Esta troca de idéias e emoções não tem preço. Que bom conversar! Que bom que você veio me ver.
Beijo
Ilaine,
doces palavras, pertinentes e que me remete a uma noite de lua cheia, onde tudo brilha como prata!
Beijinhos amiga e muito carinho.
Adoro ver a luz da lua no meu jardim. Tudo fica mais bonito.
Seu texto é enluarado.
Grande abraço amiga.
Postar um comentário