terça-feira, 23 de junho de 2009

Velhas cartas


Ela as guardava já de longa data. Estavam amareladas e com aparência de coisa esquecida. Uma dor seca de nostalgia encheu os espaços da casa. Encontrou envelopes maravilhosos, todos carimbados por caligrafias conhecidas. Eram envelopes viajados, amassados, e machucados pela embriaguez de sua ansiedade. Cartas de amigos, de amores e de familiares.

Com a mão enrugada, abriu uma a uma. Encontrou uma profusão de papel: branco, azul, rosa e vermelho. Folhas escritas e ricamente dobradas, delicadamente elaboradas. Começou a ler - uma leitura lenta e longa. Neste ensejo, ainda pôde ouvir as vozes no despejo de seu conteúdo. Havia palavras que que gritaram ao coração, lambendo sua alma com o sabor morno de uma emoção já anteriormente sentida. Releu trechos escritos com entusiasmo que contavam histórias, verdades irremediáveis. Eram extensos relatos, contendo cheiros mágicos, pedaços de vida, fragmentos de tempo ali conservados.

Cartas avelhentadas. Desfolharam-lhe perfumes de outrora.

6 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Olá, Ilaine.
Velhas cartas, cartas velhas...
Amores e querelas de amores guardados.
Memórias. Em cartas não há lembranças porque só lembramos aquilo que esquecemos e cartas guardadas não nos permitem esquecer.

Beijos, querida.

Linkei você ao inspirar, ok?

Joice Worm disse...

A-d-o-r-o cartas antigas. E agora com a internet lemos mensagens antigas e comentários antigos... E nos deparamos com momentos de vida passados. Uma alegria de sentimento.
Bem haja!

Beti Timm disse...

Ilaine, eu ando tão fissurada nos meus desenhos,principalmente que agora encontrei um caminho, um estilo próprio, que nem tenho ido nos meus amigos (esqueço até de comer...rs). Já ia dormir, mas vi teu comentário e pensei, vou lá fazer uma visita na madrugada..., já que posso entrar sem bater... Foi bom ter vindo, adoro esse teu estilo de descrever, pedaços antigos, parecia que até senti o cheirinho de papel envelhecido. Lembrou-me um texto teu que o Zeca publicou lá nas janelas. Tens um jeito muito doce de escrever. Faz bem pra mim, vou dormir bem serena! Nossa escrevi uma carta...rs.

Beijos menina doce.

Elcio Tuiribepi disse...

Oi Ilaine, passando para agradecer sua presença, e olha, você escreve como quem passeia, sem compromisso, sem hora e sem data marcada...Um abraço na alma, depois apsso com maiscalma, ainda enrolado, prova amanhã...bjo

Luiz Caio disse...

Oi Ilaine! Como vai?

Velhas cartas e antigas fotográfias fazem parte da história de qualquer pessoa... Às vezes trazem lembranças tristes!

TENHA UM LINDO DIA!

BEIJOS.

Berê disse...

Não consigo me desfazer delas! Cartas....
Lindo texto.