Laços
A palavra ronda o meu espaço. Com voz de sussurro percorre minha fadigada melancolia. Saracoteia monossilábica em minha volta, deixando-me tonta na expressão de minha ânsia. Então, eu a busquei e deixei que deslizasse substantiva por sobre essa alba página. Nem eu, nem ela sabemos se há sentido no vértice desta mútua aflição. Mas também não é necessário que haja. Todavia, acontece algo estupendo, uma inventividade. Somos uma unidade e estamos ligadas por um fio, como as pérolas que compõem um colar. O texto que juntas formamos é um quadro que contém algumas pobres figuras, mas é muito precioso - por si só. O quadro é de cor púrpura. Eu, o pintor; a palavra, a tinta.
Ela vigia o meu espaço e mora comigo. Deseja que eu a use para ser concreta no cenário de meus sentimentos. Calada, me olha, afeiçoando-se. Agora, já bem mais calma, despojada de qualquer lamento, ocupa estas letras com brilho escarlate. Queria era uma grafia, uma requebrosa forma adjetivada na frase de um destino, conjugada e escrita. Palavra - nascida do parto normal de minha embriaguez.
A palavra ronda o meu espaço. Com voz de sussurro percorre minha fadigada melancolia. Saracoteia monossilábica em minha volta, deixando-me tonta na expressão de minha ânsia. Então, eu a busquei e deixei que deslizasse substantiva por sobre essa alba página. Nem eu, nem ela sabemos se há sentido no vértice desta mútua aflição. Mas também não é necessário que haja. Todavia, acontece algo estupendo, uma inventividade. Somos uma unidade e estamos ligadas por um fio, como as pérolas que compõem um colar. O texto que juntas formamos é um quadro que contém algumas pobres figuras, mas é muito precioso - por si só. O quadro é de cor púrpura. Eu, o pintor; a palavra, a tinta.
Ela vigia o meu espaço e mora comigo. Deseja que eu a use para ser concreta no cenário de meus sentimentos. Calada, me olha, afeiçoando-se. Agora, já bem mais calma, despojada de qualquer lamento, ocupa estas letras com brilho escarlate. Queria era uma grafia, uma requebrosa forma adjetivada na frase de um destino, conjugada e escrita. Palavra - nascida do parto normal de minha embriaguez.
15 comentários:
Que coisa linda! Que interessante ficou essa postagem!
Ilaine, estou ocupando o espaço do Sítio hoje. Apareça para um dedo de prosa com o compadre Carlinhos.
E com certeza ela, a palavra, te ronda porque você sabe bem usá-la e aonde a coloca diz muito de quem somos e como sentimos. Adoro te ler amiga. Um beijo de carinho deste teu fã.
as palavras cumplices são sempre as melhores e as mais desafiadoras... q bonito, Ilaine.
Sei que gostas d'Olinda, e como estou com visitas ilustres: o compadre Eurico, todo carente e saudoso, trazendo consigo um urso enorme, um respeitável urso; venho te convidar para uma prosa de fim de semana, à sombra de uma frondosa mangueira...
Aguardo com a mesa posta. Comida mineira e churrasco gaúcho rsrsrs
Paz e fraternidde.
que belo ilaine ,bom fim de semana pra vc!
Saber usar as palavras é tê-las como companheiras sempre ao lado da gente, de vez em quando elas fogem de mim...rsrs
Mas geralmente voltam...
Muito bonito Ilaine e também profundo...bom domingo...um abraço na palavra que mora dentro de sua alma...valeuuu...parabéns
Tão bonito Ilaine, você de mãos dadas com as palavras, caminhando poesia.
Beijos
Uau! Tuas palavras dançam feitas bailarinas. Amei.
Abração e boa semana pra vocÊ.
Ensaios?? Que belo acompanhar tuas palavras, bom vir aqui, bom te ler...
Que possamos sempre ser brindados com tão belos ensaios...
Obrigada!!
Oi, Ilaine;
E a Palavra nasceu...
Esta crónica de homenagem ao principal elemento da comunicação que é a "palavra", bem mereceu este reconhecimento neste seu belo espaço.
bjs Ilaine,
Osvaldo
Lin-do!!!
Parabéns! Sensibilidade e criatividade para dar e vender.
Feliz Dia do Amigo.
Um abraço e tudo de bom para você.
Menina, que texto lindo! De alguma forma a Palavra se fez Ilaine e em vice-versa as duas bailaram! rs...
Bela a forma de render homenagem a esta que é o principio, o meio e o fim das relações humanas!
Beijo queridinha!
Excelente. Laços, palavras...
Beijos, querida.
que coisa mais maravilhosa!
a palavra dói.
e cura.
como o seu texto.
beijo.
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