segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Le Chiffre

Outro dia, eu passeava tranquilamente pela Østerbrogade, uma movimentada avenida do Bairro de Østerbro, onde moramos. Estava perdida em mil pensamentos quando, de repente, reparei no homem que caminhava ao meu lado. Nossa! - pensei. Será que estou vendo direito? Olhei de soslaio... mas pude ter certeza: o cara que andava do meu lado não era ninguém outro do que o ator de cinema Mads Mikkelsen - o Le Chiffre do filme Casino Royale. Ele andava de forma muito lenta e trazia em suas mãos um jornal aberto. Minha intenção era seguir a avenida, mas como Mads resolveu parar e esperar abrir o sinal para atravessar a rua, mudei de rumo também. E assim... esperamos abrir o sinal – Mads e eu! Minha vontade era dizer: "Hej, Mads! Tudo bem?" Mas para isto eu precisaria ser mais corajosa. Atravessei a avenida ao lado de Draco do filme Clash of the Titans. Observei as pessoas que vinham em direção contrária para ver a reação delas. A maioria nem reparava, outras paravam e olhavam para trás, certificando-se. Ao chegar em casa contei para Matheus de meu inesperado encontro. Meu filho, que adora cinema, ficou surpreendido e feliz; disse que contaria as aventuras de sua mãe para os seus colegas da escola. Confesso, nunca fui de ter ídolos, nem mesmo na adolescência. Mas a coincidência de ver de perto o ator que interpretou o Stravinsky de Coco Chanel foi, no mínimo, interessante. Para quem me lê, sabe que em outros tempos procurei o escritor que admirava pelas ruazinhas de Brumleby, pois sabia que morava perto de minha casa. Mas nunca fui sorteada. Desta vez sim. Beijo para todos, da Ila.

11 comentários:

Unknown disse...

É caso para dizer:Depois de ter procurado sem encontrar, acontece encontrar sem procurar .

Beijo.

Anônimo disse...

o primeiro filme que assisti com o ator foi Depois do Casamento.
Lindo, lindo, lindo!
Bjs minha querida.

Júlia R. disse...

Bah! Que sorte! =D
Congratulations!

Quem sabe numa próxima vez, se esbarrar em outro famoso não crias coragem?

Beijão Ilaine =*

Paula Barros disse...

Ilaine, sua escrita sempre enriquece os fatos, a narrativa flui, é gostosa, nos prende a atenção. Excelente.

Quanto ao fato acontecido, veio a comprovar uma ideia que tenho analisado e escrito, que todo dia nós vivemos um conto. E que nós, muitas vezes, assim feito o escritor podemos dar rumos ao conto/momentos, mudar os fatos, os acontecimentos.

Quantos momentos vivemos que nem nos percebemos que é quase um conto de fada, outros que tem um enredo um tanto de terror, outros de mistérios...e transcritos, com esta sua narrativa, com a fluidez, com a concatenção das ideias, daria um conto...e quem sabe um livro.

beijo

Paula Barros disse...

Ah, só para registra, li ontem antes de dormir e o cansaço não me permitiu comentar. E acordei doidinha para vir aqui. rsrs E ainda acordo e lhe encontro por lá, com comentários sempre maravilhosos.

beijinhos, e bom dia.

eder ribeiro disse...

Lendo o seu texto, ocorreu-me que na minha adolescência eu nunca tive um ídolo, como nesta época vivíamos em uma ditadura no Brasil, havia duas pessoas que eu admirava demais por serem formadores de opinião, os meus professores de química e física. Acho importante o adolescente ter uma referência, o triste é saber que hoje falta ídolos éticos. Bjos.

Dilberto L. Rosa disse...

Se eu fosse, teria assobiado o tema do James Bonda "pan-pan-pan-paaaaan, pan-pan-pan" rs! Também nunca fui de laurear pessoas como deuses, mas tenho cá pessoas que admiro deveras e que não passariam despercebidas na minha esquina, não: puxaria uma conversa ligeira e despretensiosa! Abração!

Elcio Tuiribepi disse...

Oi Ilaine...sabe...é curioso quando isso acontece...não é sempre que temos a sorte de encontrar pessoas que admiramos, ainda mais um ator de cinema...rs
Onde trabalho por ser um lugar tranquilo, de vez em quando encontro com algum global, acho que alguns deles se escondem por lá nessas épocas de férias
Mas o melhor deles é quando se colocam iguais e se fazem acessiveis aos fãs...
Kliton e Kledir lá do Sul, seus conterraneos, tem essa caracteristica que admiro...são iguais, não se sentem...cativam, partilham...
Um abraço na alma
Beijo

Josselene Marques disse...

Ilaine,
Que privilégio, menina!
Estava com saudade desse lugar e de seu estilo inconfundível de escrever.
Tenha um lindo domingo.
Abração.

Dauri Batisti disse...

Sou como você, nunca fui de ter ídolos, me simpatizo mais com um ou outro autor, artista, etc, no entanto, o outro sempre representa um mistério, e estes outros famosos ainda mais, e então a curiosidade aumenta por saber como são, ali, sem telas, sem personagens, iguais.

Beijo

Daniel Hiver disse...

Já parou para pensar nas ruas por onde você anda? As pessoas por quem você cruza; tão ensimesmadas; com seus pensamentos tão distantes?
Pois elas passam por Ilaine. A Ilaine do blog Ensaios. Nem sonham que você escreve desse jeito. Tão gostoso, tão leve!