segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Alameda

Ao chegar naquela rua, reduzi o passo. Árvores majestosas estavam enfileiravam na alameda, täo airosas. E lá bem adiante, já quase invisível, estava o mar. Assim olhando, todas as árvores pareciam iguais. Mas não eram. Percebi que cada qual tinha caroços diferentes em seu tronco. As podas haviam deixado marcas salientes. Pensei na dor ali guardada e a seiva escorrida, feito lágrima. Em sua quietude, as faias fazem da rua um parque. E, por um breve momento, invejei suas vidas sedentárias, suas raízes fundas, seu apego... em contrapartida, ao forasteiro em que me transformei. Então deixei-as. Segui por entre o casario e andei por outras ruas, nessa tarde ainda de verão, enquanto as palavras de Mia Couto soavam aos meus ouvidos: o coração... o coração tem sempre outro pensamento.


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