terça-feira, 11 de agosto de 2015

Eterno

Margeio os lagos ao entardecer. Há dois caminhos paralelos, ladeados por castanheiros: um para pedestres, outro para ciclistas. E, mais abaixo, rente ao lago, há uma larga plataforma, na qual as pessoas passeiam, sentam para conversar, para ler, para pensar ou simplesmente para tomar sol e ficar à toa.  Prédios centenários, com belíssimos apartamentos, exibem suntuosas sacadas por toda a extensão. Olho para os lagos. Agora há centenas de pequeninos cristais distribuídos por sobre as ondas – é a luz que cintila. Uma comitiva elegante de cisnes – em macias plumagens – está a nadar em fileiras pelo azul das águas. Os cisnes nadam pelas águas de forma suave e leve, como se fossem pétalas brancas que desfraldam ao vento. Depois se espalham novamente e comem plantas aquáticas que pescam lá do fundo do leito. Por encantamento, um casal de cisnes enamorados começa a cortejar. Até parece que sabiam que eu queria fotografá-los. Por estas cenas, na verdade, eu havia esperado já de longa data. Em delicado ritmo, os cisnes nadam, um em frente ao outro, e se aproximam com ternura: surge assim, a forma perfeita do amor. Em amável e expressiva linguagem, dançam e se tocam. E que curioso, um casal de cisnes jamais se separa.
Irremovíveis afetos.


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