segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pátria

Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi...
Vinícius de Moraes


Com um lápis na mão eu rabisco o mapa de meu país, o espaço geográfico que compõe o território brasileiro. Delinio linhas e imito suas curvas graciosas. Dentro dele coloco figuras e palavras, como uma criança que inventa uma história. As palavras se perdem pelo espaço babilônico de meu país continental. Vou escrevendo outras para caracterizá-lo melhor. Ilustro-o com um sol amarelo copioso. Vou pintando a sua área com as cores de minha alma, enchendo-a de luz e de movimento. Recorto o mapa e seguro-o em minhas mãos. Com resguardo, embalo-o carinhosamente. Desenho o mar de águas claras, verdes. Este mar imenso que balança faceiro acaricia a minha terra. Beija-lhe o rosto e lambe as areias brancas da praia. Observo o encanto do oceano e a luz da lua, prateando as suas águas ritmadas. Meu olhar se perde na imensidão do mapa que risquei, e eu sinto uma doce loucura que me envolve e uma saudade imensa... que transborda. 

Imagem e texto: Ilaine 
Foto: Spring in Copenhagen

13 comentários:

Canto da Boca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Canto da Boca disse...
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Canto da Boca disse...

E eu venho inaugurar essa tela de memórias, em desenho e cor de saudades; essa memória gustativa, sentida, sabor contínuo do que lhe fez e faz, uma cidadã de mundos... O imigrante vive no fio da navalha, de certo modo adaptado ao país que o acolheu; e com o coração lá, na pátria amada que ficou atrás, mas dentro e a levamos por todos os caminhos que trilhamos (também estou nessa condição, como bem sabes)...
Ê saudade!
Mais uma vez, Ilaine, o texto é um canto de amor e de saudades, salpicado de lirismo e emoção.
Um beijo grande, e mais uma vez obrigada pelo carinho com que me recebeste, o caminho agora é mais perto...
Uma ótima segunda-feira para ti.
;)

Jacinta Dantas disse...

É Ilaine,
eu, que aqui vivo, testemunho essas belezas travestidas em todas as estações. Cada estação com o seu brilho próprio, radiante do sol que se faz presente.
É Brasil do verde, amarelo, azul e branco. É Brasil, que ainda tem muito para aprender e apreender do seu povo, as misturas de cores e brilhos e jeitos. É Brasil
Um abraço

Elcio Tuiribepi disse...

Aqui a saudade é cantada em verso e prosa, em cores multicoloridas da nossa pátria, onde a diversidade de raças, credos, sotaques e costumes nos fazem um país mais rico no tocante a arte, a música e ao futebol...pena os políticos estragarem isso tudo..rsrs
Um abraço na alma e na saudade...

Lú Naíma. disse...

A única saudade que sinto é da família que ficou. O país por si só não me faz falta nenhuma... Encontrei a paz, o futuro e as grandes perspectivas e oportunidades de vida, fora da pátria em que nasci.

Passando para te desejar uma bela semana :)

beijinhos

Jacqueline disse...

Este verde e amarelo que não de dentro da gente... Vive cantando na nossa alma como se fosse música! Bjos!

eder ribeiro disse...

Pincelaste uma linda tela deste belo país chamado Brasil. Parabéns. Bjos.

Josselene Marques disse...

Ilaine:

Que coisa mais linda!!

Você me fez chorar nesta madrugada. Eu me imaginei distante deste país, que eu adoro, e me solidarizei com você e a sua saudade - foi o suficiente para a emoção fluir. Temos muito em comum, amiga. O amor pela nossa pátria é algo que nos faz irmãs.
Que Deus a proteja e um abraço bem brasileiro para você.

lula eurico disse...

Ilaine,
além de sermos o tal pulmão do planeta, somo também o coração do mundo. Generosidade, hospitalidade, bom humor e uma geografia fascinante. Aqui é o verdadeiro primeiro mundo!

Unknown disse...

viva, ilaine, que seu mapa-múndi-brasil, traçado com o colorido lápis de que, coloridamente, detém nos olhos e no coração a utopia-brasil-cosmos, de um mundo de encontro festivo de povos e de culturas, e não esse deplorável belicoso desencontro; esse encontro banqueteal, de aluvião de forças étnicas e culturais, de complexidades intelecturais, corporais, ritmiais, sonhais, de temperos do possível e do impossível, é esse mapa-múndi brasil que vc traz de seu exilio; é esse brasil que temos que cultivar, pra que nasça saudável e auto-confiante, é ele que vc pinta e borda.
saudações
beijos
luis de la mancha
ps. lamento o que pode ter ocorrido no meu blog. não vi comentário algum seu e já fico triste e chateado, por vc, e por mim, por não ter podido ler o que escreve sobre o poema pichação. se puder me dizer novamente...

Beti Timm disse...

Ilaine,

me dói ver tua saudade, qyeria poder te abraçar forte, te dar colo, mas ao ler tuas palavras tão belas, sinto-me abraçada e abraçando. Tuas palavras transforma tudo em um canto melodioso.

Beijos amiga. Te adoro sempre.

guru martins disse...

...muito bom Ilaine
de certo voce disserta
com a diferença
a novidade
a profundidade
a verdade
e agilidade
do escriba da
tua época
o balaio pulsa
de alegria
por lhe receber...

bjs tropicalíssimos