Com um lápis na mão eu rabisco o mapa de meu país, o espaço geográfico que compõe o território brasileiro. Delinio linhas e imito suas curvas graciosas. Dentro dele coloco figuras e palavras, como uma criança que inventa uma história. As palavras se perdem pelo espaço babilônico de meu país continental. Vou escrevendo outras para caracterizá-lo melhor. Ilustro-o com um sol amarelo copioso. Vou pintando a sua área com as cores de minha alma, enchendo-a de luz e de movimento. Recorto o mapa e seguro-o em minhas mãos. Com resguardo, embalo-o carinhosamente. Desenho o mar de águas claras, verdes. Este mar imenso que balança faceiro acaricia a minha terra. Beija-lhe o rosto e lambe as areias brancas da praia. Observo o encanto do oceano e a luz da lua, prateando as suas águas ritmadas. Meu olhar se perde na imensidão do mapa que risquei, e eu sinto uma doce loucura que me envolve e uma saudade imensa... que transborda.
Imagem e texto: Ilaine
Foto: Spring in Copenhagen
Imagem e texto: Ilaine
Foto: Spring in Copenhagen
13 comentários:
E eu venho inaugurar essa tela de memórias, em desenho e cor de saudades; essa memória gustativa, sentida, sabor contínuo do que lhe fez e faz, uma cidadã de mundos... O imigrante vive no fio da navalha, de certo modo adaptado ao país que o acolheu; e com o coração lá, na pátria amada que ficou atrás, mas dentro e a levamos por todos os caminhos que trilhamos (também estou nessa condição, como bem sabes)...
Ê saudade!
Mais uma vez, Ilaine, o texto é um canto de amor e de saudades, salpicado de lirismo e emoção.
Um beijo grande, e mais uma vez obrigada pelo carinho com que me recebeste, o caminho agora é mais perto...
Uma ótima segunda-feira para ti.
;)
É Ilaine,
eu, que aqui vivo, testemunho essas belezas travestidas em todas as estações. Cada estação com o seu brilho próprio, radiante do sol que se faz presente.
É Brasil do verde, amarelo, azul e branco. É Brasil, que ainda tem muito para aprender e apreender do seu povo, as misturas de cores e brilhos e jeitos. É Brasil
Um abraço
Aqui a saudade é cantada em verso e prosa, em cores multicoloridas da nossa pátria, onde a diversidade de raças, credos, sotaques e costumes nos fazem um país mais rico no tocante a arte, a música e ao futebol...pena os políticos estragarem isso tudo..rsrs
Um abraço na alma e na saudade...
A única saudade que sinto é da família que ficou. O país por si só não me faz falta nenhuma... Encontrei a paz, o futuro e as grandes perspectivas e oportunidades de vida, fora da pátria em que nasci.
Passando para te desejar uma bela semana :)
beijinhos
Este verde e amarelo que não de dentro da gente... Vive cantando na nossa alma como se fosse música! Bjos!
Pincelaste uma linda tela deste belo país chamado Brasil. Parabéns. Bjos.
Ilaine:
Que coisa mais linda!!
Você me fez chorar nesta madrugada. Eu me imaginei distante deste país, que eu adoro, e me solidarizei com você e a sua saudade - foi o suficiente para a emoção fluir. Temos muito em comum, amiga. O amor pela nossa pátria é algo que nos faz irmãs.
Que Deus a proteja e um abraço bem brasileiro para você.
Ilaine,
além de sermos o tal pulmão do planeta, somo também o coração do mundo. Generosidade, hospitalidade, bom humor e uma geografia fascinante. Aqui é o verdadeiro primeiro mundo!
viva, ilaine, que seu mapa-múndi-brasil, traçado com o colorido lápis de que, coloridamente, detém nos olhos e no coração a utopia-brasil-cosmos, de um mundo de encontro festivo de povos e de culturas, e não esse deplorável belicoso desencontro; esse encontro banqueteal, de aluvião de forças étnicas e culturais, de complexidades intelecturais, corporais, ritmiais, sonhais, de temperos do possível e do impossível, é esse mapa-múndi brasil que vc traz de seu exilio; é esse brasil que temos que cultivar, pra que nasça saudável e auto-confiante, é ele que vc pinta e borda.
saudações
beijos
luis de la mancha
ps. lamento o que pode ter ocorrido no meu blog. não vi comentário algum seu e já fico triste e chateado, por vc, e por mim, por não ter podido ler o que escreve sobre o poema pichação. se puder me dizer novamente...
Ilaine,
me dói ver tua saudade, qyeria poder te abraçar forte, te dar colo, mas ao ler tuas palavras tão belas, sinto-me abraçada e abraçando. Tuas palavras transforma tudo em um canto melodioso.
Beijos amiga. Te adoro sempre.
...muito bom Ilaine
de certo voce disserta
com a diferença
a novidade
a profundidade
a verdade
e agilidade
do escriba da
tua época
o balaio pulsa
de alegria
por lhe receber...
bjs tropicalíssimos
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