O despertador toca. Magnus puxa a coberta por cima de sua cabeça. Está ainda muito cansado e gostaria de dormir mais algumas horas. Mas, sua mãe vem chamá-lo. Ele, então, levanta e vai para a cozinha. Quase não fala. Lacônico, mastiga o pão e toma seu café.
- Magnus, você precisa se arrumar! - Diz sua mãe, impaciente.
Apressado, o menino vai para o quarto e veste o seu moleton preferido. Apanha algumas folhas digitadas, cadernos e livros e coloca-os em sua mochila. Despede-se de seus pais e sai correndo. No pátio da escola, Magnus encontra Sofia, sua namorada. Ela espera por ele. De mãos dadas, os dois vão para a sala de aula. Sofia, no entanto, está distraída, diferente. Magnus notou um lampejo de mágoa em seu olhar e ficou preocupado. O que estaria acontecendo com ela?
Depois da aula, Magnus e Sofia foram passear no centro cidade. A tarde estava primaveril, quase verão. Um vento morno sacudia o mundo, inflando-o de sonhos e planos. Sofia e Magnus compraram sorvete e sentaram num banco da praça. Magnus, então, abriu sua mochila e tirou lá de dentro um livro bem grosso, dizendo:
- Olhe o que vamos ler?!
- Eragon! - Diz Sofia, surpresa.
Sofia e Magnus adoram ler. Seguidamente, escolhem um livro na biblioteca e se encontram para ler. Dessa vez, no entanto, com o dinheiro poupado da mesada, Magnus comprou Eragon, de Christopher Paolini - o primeiro volume da Trilogia da Herança. Com o livro nas mãos, os dois realizam a primeira leitura: observam a cor, o tamanho e as letras douradas do título. Manuseiam a obra com muito carinho, como quem cuida de um tesouro. Mais tarde, os namorados se despedem e cada um toma o rumo de sua casa.
Abraçado no robusto volume de Eragon, Magnus senta no ônibus e olha para fora. Na verdade, nem vê a paisagem das ruas, pois seu pensamento está com Sofia. Ele voltou a se preocupar com sua namorada. Pensou em perguntar para ela, mas preferiu esperar.
O resto do dia passou voando. Magnus preenche suas horas com trabalhos escolares, com o skate e amigos. Depois da janta, ele entra no facebook. Vê, então, que Sofia também está online. Na tela do bate-papo aparece um rostinho amarelo – aquele com uma lágrima.
- O que é Sofia? - Pergunta Magnus.
- Sofia, o que foi? Já andavas tão pensativa na escola... - Magnus torna a perguntar.
Após alguns instantes, Sofia digita:
- Magnus, depois das férias vou embora daqui. Meu pai encontrou um emprego em outra cidade. Vamos nos mudar para o Rio de Janeiro.
Depois das férias? Ir para outra cidade? Rio de Janeiro? Como assim?
Magnus tenta entender as palavras que Sofia escreveu. Olha para o teclado, mas não sabe que letra tocar. Sofia então digita: - Magnus! Magnus! Responda!
Ele não responde. Com os olhos úmidos, Magnus desliga o computador sem escrever uma única palavra. Vai até a janela de seu quarto e observa a escuridão que se fez na rua. Pensativo, deita em sua cama e começa a folhear as páginas do romance que há pouco comprou. Magnus lê a primeira frase de Eragon :
"O vento uivava na noite, carregando um aroma que mudaria o mundo."
Publicado no Ler é Saber- Feevale/Faccat
Imagem by - Sabatinie
- Magnus, você precisa se arrumar! - Diz sua mãe, impaciente.
Apressado, o menino vai para o quarto e veste o seu moleton preferido. Apanha algumas folhas digitadas, cadernos e livros e coloca-os em sua mochila. Despede-se de seus pais e sai correndo. No pátio da escola, Magnus encontra Sofia, sua namorada. Ela espera por ele. De mãos dadas, os dois vão para a sala de aula. Sofia, no entanto, está distraída, diferente. Magnus notou um lampejo de mágoa em seu olhar e ficou preocupado. O que estaria acontecendo com ela?
Depois da aula, Magnus e Sofia foram passear no centro cidade. A tarde estava primaveril, quase verão. Um vento morno sacudia o mundo, inflando-o de sonhos e planos. Sofia e Magnus compraram sorvete e sentaram num banco da praça. Magnus, então, abriu sua mochila e tirou lá de dentro um livro bem grosso, dizendo:
- Olhe o que vamos ler?!
- Eragon! - Diz Sofia, surpresa.
Sofia e Magnus adoram ler. Seguidamente, escolhem um livro na biblioteca e se encontram para ler. Dessa vez, no entanto, com o dinheiro poupado da mesada, Magnus comprou Eragon, de Christopher Paolini - o primeiro volume da Trilogia da Herança. Com o livro nas mãos, os dois realizam a primeira leitura: observam a cor, o tamanho e as letras douradas do título. Manuseiam a obra com muito carinho, como quem cuida de um tesouro. Mais tarde, os namorados se despedem e cada um toma o rumo de sua casa.
Abraçado no robusto volume de Eragon, Magnus senta no ônibus e olha para fora. Na verdade, nem vê a paisagem das ruas, pois seu pensamento está com Sofia. Ele voltou a se preocupar com sua namorada. Pensou em perguntar para ela, mas preferiu esperar.
O resto do dia passou voando. Magnus preenche suas horas com trabalhos escolares, com o skate e amigos. Depois da janta, ele entra no facebook. Vê, então, que Sofia também está online. Na tela do bate-papo aparece um rostinho amarelo – aquele com uma lágrima.
- O que é Sofia? - Pergunta Magnus.
- Sofia, o que foi? Já andavas tão pensativa na escola... - Magnus torna a perguntar.
Após alguns instantes, Sofia digita:
- Magnus, depois das férias vou embora daqui. Meu pai encontrou um emprego em outra cidade. Vamos nos mudar para o Rio de Janeiro.
Depois das férias? Ir para outra cidade? Rio de Janeiro? Como assim?
Magnus tenta entender as palavras que Sofia escreveu. Olha para o teclado, mas não sabe que letra tocar. Sofia então digita: - Magnus! Magnus! Responda!
Ele não responde. Com os olhos úmidos, Magnus desliga o computador sem escrever uma única palavra. Vai até a janela de seu quarto e observa a escuridão que se fez na rua. Pensativo, deita em sua cama e começa a folhear as páginas do romance que há pouco comprou. Magnus lê a primeira frase de Eragon :
"O vento uivava na noite, carregando um aroma que mudaria o mundo."
Publicado no Ler é Saber- Feevale/Faccat
Imagem by - Sabatinie
19 comentários:
Sempre nos apegamos há algo que possa mudar destinos, caminhos, mas cabe a nós mesmo mudar os destino e caminhos. Querida Ilaine, há cada dia é um prazer ler as suas crônicas. Bjos.
A perda do primeiro amor é o sonho se desintegrando no vento. O bom é que o vento volta trazendo outros sonhos...
Lindo texto!
Meu Deus! quantos amores guardados em meu peito. O primeiro abraço, o primeiro beijo...a primeira despedida, a primeira lágrima... e hoje coleciono nomes e cores de tantos amores... é muito bom amar. Seu texto é delicado. É belo!!!!!!
O amor é assim mesmo, vai embora e leva tudo de nós, fica o vazio a saudade...mas o vento tras sempre o perfume de um novo amor.
Bjos achocolatados
Lindo, lindo, lindo!
Gostei muito!
Bjs.
Ilaine, a história é emocionante,a frase muito bonita.
Mas sempre sinto necessidade de dizer o quanto a sua forma de escrever me prende, me emociona, me deixa com vontade de elogiar, porque acho muito bem escrito.
A perda de um amor assim, principalmente ainda jovens, marca, marca demais.
beijo
Cara Ilaine,
Bom conto. Me agradou, especialmente, o final: a "mudez" do rapazinho pelo impacto da notícia, o computador deixado de lado, e a procura do livro, que, naquele mesmo dia, tinha o casal lido. E a frase que ele lê mostra muito bem o seu estado de espírito. Difícil prever o que acontecerá. Bela sacada. Um beijo.
Minha querida, que texto lindo.
Ahhhh, meu coração.....tantas coisas guardadas...amores, dores...Tem coisas que marcam a gente pra sempre.
Um abraço meu.
Saudade de passar aqui!
Sabe, Ila, tenho entrado numa comunicação abusrda com o Cosmos, e vez por outra me sinto como Magnus e Sofia: quero a minha vida de volta! Mesmo sabendo que é impossível!
Um beijo grande, transbordante de ternura, carinho e saudade!
Impressionante o desfecho.
Em verdade há certas emoções intraduzíveis.
A perda é uma.
Abraço fraterno.
Só pra deixar meu carinho...
Bjos achocolatados
Ilaine:
Seus textos são extraordinários. Adoro lê-los.
Tenha um final de semana abençoado.
Abração.
Apesar de não ter entendido a frase que o jovenzinho leu, mas adorei a adolescente esfera de desencontro amoroso, rumo aos desafios da vida adulta... Belíssimo texto, minha cara! Ah, e os Morcegos voltaram de vez! Abração!
Passei paRA VER AS NOVIDADES.
Saudações poéticas.
Ilaine, este conto é uma realidade na vida de muitas pessoas. Tanto assim, filmes romanticos costumam retratar. Interessante que se o destino quer que as pessoas se reencontrem um dia, acontecerá! Eu conheço uma amiga que após se separar, reencontrou um antigo namorado. Não o via há mais de década, voltaram a namorar, casaram e são felizes.
Bjs
Que coisa mais boa de se ler!
Saudades, amiga.
abç fra/terno.
Saudades também, Ila...
Beijos!
salve querida ilaine, que o vento aromatiza novos atos nascentes, de sorte que a nós nos cabe seguir seu sopro, sobrando-nos de fluxos e influxos de odores sem dores, livres.
b
luis de la mancha
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