És azul-parda. Silenciosa, evoluída e linda. Eu te trato com muito carinho. És veloz, leve e elegante, design dinamarquês. Tens um cesto na frente, onde posso colocar as compras, um buquê de flores ou um livro. Nós nos entendemos perfeitamente, tu e eu! Na verdade, foi amor a primeira vista. Foi! Quando te vi, não pude resistir: Te quero, falei. Me dás uma sensação de liberdade indescritível. Hoje... depois da chuva, nós duas saímos juntas, assim como de costume. Fomos ao supermercado. Andamos tranquilamente pelas ruas e tu te deixavas guiar fiel e companheira, como sempre. Deixei-te do lado de fora. Entrei no supermercado feliz da vida. Fiz as comprinhas. Ao sair, com passos apressados e com a mochila carregada, vim ao teu encontro. Olhei e não te vi. Onde estarias? Onde mesmo eu havia te deixado? Não estavas mais no estacionamento! Te lavaram embora. Te levaram de mim... Saí para caminhar com as compras. Andei e senti um vazio, pois não estava preparada para despedidas. Agora estás nas mãos de alguém outro... Que coisa! Tomara que te cuidem, assim... como o mesmo carinho que eu te dei. Quem sabe, um dia... te vejo novamente por aí. Então...
Eras azul-parda. Eras veloz, leve e elegante...
Querida bicicleta! Te roubaram de mim!
15 comentários:
Que coisa, hein?!
Até eu senti uma tristeza pelo roubo:(
Espero tb que cuidem dela... Deveriam mesmo é devolvê-la!
Bjão e uma terça super iluminada:)
E eu que pensava que isso não acontecia ai!
Eu não sei andar de bicicleta, acredita?!!!
Bjs.
Tb não estou preparada para despedidas, mas acontecem....
Hoje deixo um abraço .
Te quero bem, viu?
Que coisa!!!
Assim na mão grande?
Quem sabe ela está com alguem que talvez não tenha condições de comprar uma, mas não justifica o furto.
O texto ficou tão bem que, confesso, neste episódio do cotidiano, peguei-me torcendo pelo ladrão.
Desculpa.
Abraço, Ilaine
Ilaine, fui lendo e imaginando você pedalando na sua bicicleta, e ri, não sei porque. Mas quando chego no fim percebo que ela te perdeu, coitada, deve estar tão triste quanto você. Logo ela voltará. Deixo o meu afeto.
Poxa, que chato!
Tomara que você consiga vê-la por aí...
Um beijo grande
Nas pequenas (e grandes) coisas de nossas vidas está escrita a nossa vida, por isso valem tanto.
Beijos
Me deu uma pontada de tristeza, quanto sentimento (sempre tem muito sentimento nos seus escritos) na bicicleta que lhe era companheira, que lhe dava sensação de liberdade, que me fez acreditar que escutava os seus pensamentos e que entendia os seus sentimentos e emoções....
Me lembrei quando perdi minha máquina fotográfica...me deu uma vazio.
beijo.
Você poderá ter outras bicicletas, mas não será a mesma coisa, penso, pois suas palavras nos apresentam aquela como mais do que um simples meio de tranporte, mas como uma amiga, uma companheira. Você humanizou a bike. Ela também deve estar sentindo a sua falta!
Bjos
Puxa, de todas maneiras, era uma companheira que te levava para onde queria...Quem sabe encontre uma parecida...
Paz e bem
Oi Ilaine...
Conforme fui lndo nem acreditei, a impressão que dá é de que você estava aqui...
Várias pessoas perdem bicicltas assim, aqui então, nem se fala...mas pelo seu relato, poucas tem tanto sentimento quanto a sua
è verdade...bicicletas tem sentimento...e deve star sentindo a sua falta, já qu tnho a certeza de que partilhavam preciosos momentos...
Amiga...consiga outra, dessas assim um pouco já usadas e abandonadas...com certeza tm alguma precisando do seu carinho, da sua companhia...não estou maluco...é sério
Um abraço na alma amiga
Beijo
sempre liso, vital, multicolorido seus textos-prosas-poéticas, ensaísticas; sempre belos.
b
l
Ilaine:
Lamento essa perda. Sua fiel companheira se foi... E esse lindo e sensível texto chegou...´
É a primeira vez que vejo um roubo ser descrito com poesia. Você é uma pessoa extraordinária!
Que você a reencontre!
Abração.
Que lástima, Ila, nenhuma outra bicicleta azul, será como essa...
Beijo!
Penso que nunca estamos preparados para despedidas...
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