quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Chuva




Fiquei pensando na banalidade que é... escrever sobre a chuva. E ela, sim, já tantas vezes cantada nas palavras dos poetas. E eu... que nem poeta sou! Ainda assim, escrevo sobre esta seiva líquida e indolor que brinca e bate na minha janela. E ela pula, graceja e pinga sem parar. Já lhe falei para ir embora, que de tanta presença, já nem lhe gosto mais. Mas, ela salta irrequieta da nuvem. Depois, espreita e se estica na vidraça, feito malabarista. Dezenas de pingos brincam de escorregar e ficam num diz-que-diz-que sem parar. Nas flores, nas folhas, lantejoulas molhadas brilham, e depois rarefeitas... caem. A chuva na minha janela, traça e risca uma linda aquarela. E se saio na rua, ela quer me molhar.
Fiquei pensando na banalidade (e na poesia) que é... escrever sobre a chuva!

Imagem: Ilaine

10 comentários:

Benno disse...

eu gosto da primeira chuva que cai sobre a terra seca encerrando o estio. eu gosto do perfume que terra exala quando é beijada pelas gotas da chuva. eu gosto de ouvir o cantar dos pássaros logo depois que chuva termina e dos frutos com a pele cheia de lágrimas, uma espécie de sorriso que parece um outro tipo de chorar.

Margarida disse...

Mas que lindo! Eu gosto tanto de chuva, porque sei que ela é mesmo necessária para florir e enquanto cai, convida ao recolhimento e ao aconchego. Mas da próxima vez que chover, vou reparar com mais pormenor nos malabarismos e brincadeiras dos pinguinhos. Que lindo.

jeito simples disse...

Suspiro*

Dilberto L. Rosa disse...

Nunca vi nada banal na chuva, muito menos nalgo que escreves, minha querida Ilaine: bailas por entre rimas intercaladas e prosas poéticas como os pingos-lantejoulas que te chamam da janela! Grande abraço de espera por ti lá nos Morcegos!

eder ribeiro disse...

Ila, a chuva, para mim, é gota divina inundando de bem. Por mais banal que seja o assunto, pelas suas mão ele alcança a grandeza, pois as tuas linhas escritas salpicam de poesia. Bjos.

Jacinta Dantas disse...

Chuva,
ah chuva!

tantas vezes bem-vinda
tantas vezes esperada
levando esperança
FARTURA
FRESCOR

Ah chuva!

noutras vezes
tantas vezes
tantas vezes
tantas vezes
ALAGANDO
A VIDA
OS OLHOS...

Sempre a mesma chuva.

Como sempre, sua sensibilidade... pura sensibilidade trnasformando chuva em poesia.

Beijos e saudade

Magna Santos disse...

Meu Deus, e ela que nem poeta é...imagina o Senhor!
Não é poeta não, ela só enxerga o dançar da chuva, seu percurso, desde a origem até o seu minguar. Nâo é poeta não, ela só sente a chuva como alguém, um ser humano com vontade própria e inexatidão e brincadeiras.
Mas, psiu, ela não é poeta não, só faz poetar.
Beijão!
Magna

myra disse...

amo a chuva qdo estou dentro de casa, e vejo como ela faz bem às minhas plantas...mas chuva forte me dà até medo...e detesto o granizo!
voce escreve tao bem sobre coisas simples, lindo
beijos

Paula Barros disse...

Realmente não és poeta. Realmente não é uma banalidade falar da chuva. Ainda mais escrever assim tão sem sentido. kkkkkkkkkk

Me poupe, me poupe, és uma poeta, e qualquer tema escrito por você vira preciosidade, é bom de ser lido, e a leitura faz sentido porque mexe com os sentidos.

Um abraço poetisa que adoro ler.

Canto da Boca disse...

Para além das sensações que tu deixas em nossa alma, fica a beleza das imagens que criamos, a partir da sua poética. Texto que liquidamente se dilui nas nossas emoções, sentires amalgamados em toda a nossa dimensão. lindo, lindo, Ila!

Beijãoooo!