de não ter que ser perfeito
pretérito, sujeito, artigo definido
de me apaixonar todo dia
Vander Lee
Meu dias tem sido muito cheios de coisas que penso e que sinto. Queria ter escrito, mas fico com tudo neste depósito que sou. Os mundos que tenho me fazem quase duas. Mas não é fingimento, é a realidade feito pedra e água. Não tenho tido pressa em expor, tenho tido tempo para absorver e analisar. O presente e o futuro se diluem em um só - em sonhos que estou arquitetando. A escrita e a realidade se confundem em cada texto num lirismos dos loucos, como diz Bandeira. Não sei escrever ficção. Simplesmente não sei. Por isto chego a endeusar os romancistas. Suas obras podem ser autobiográficos em uma de suas metades, mas ainda assim são impressionantes. E olhe, não sou narcisista, ao contrário, exijo muito de mim e nunca estou certa sobre quem sou e me procuro constantemente. Tudo bem, esta conversa já se ouviu em outros textos meus. A repetição, no entanto, é a forma de seguir e uma incansável busca por algo novo. É uma transcendência em minha vida. Decidi não cobrar cada palavra. Optei por grafar o que este momento de mim emana... ainda que minha história possa parecer um vocabulário longo e envelhecido. Mas para mim nada é efêmero, tudo volta e se aninha em algum espaço de meu tempo. E se renova em outros prismas. Nascem outros textos... em contextos sempre iguais.
Imagem: Ilaine
5 comentários:
Ila, interessante saber que vc endeusa os romancistas, pois eu já endeuso os crônistas, e vc minha querida amiga, por mais que o assunto seja repetido a releitura que vc faz do mesmo é tão poético que lhe dá uma roupa nova. Bjos.
Adoro a forma como escreves! Tão sensível, tão autêntica, tão tu que, ainda que nas entrelinhas, dá para entender o que não fica escrito. Lindo!
Ilaine... como eu entendo cada palavra escrita por você!
Consegui me enxergar nas linhas e entrelinhas...
Bateu uma forte uma emoção muito forte!
Um abraço carinhoso
belas palavras...ler você é como colher conhecimento em uma arvore, cheia de frutos. Bjos achocolatados
"Tenho apenas duas mãos e todo o sentimento do mundo", Drummond me acompanhava aqui na leitura do seu texto, Ila, e fiquei imaginando as ondas transbordantes de sentimentos dentro de ti, como se o espaço em que se processam, necessitassem de uma amplidão desconhecida.
Só fiquei pensando sobre essa sua fala: "Nascem outros textos... em contextos sempre iguais", será? Eu desconfio que nenhum contexto é igual ao outro, há subjetividades e objetividades em constantes movimentos, o que provoca uma eterna reconfiguração deles mesmos...
Um beijo, Ila!
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