Stefan Zweig
A revista alemã Stern, em edição dessa semana, publicou uma reportagem sobre as favelas do Rio de Janeiro, com o título: Der endlose Krieg - A guerra sem fim. Na reportagem é descrita uma ação da polícia no confisco de armas e na captura de comerciantes de drogas. Pois, a quinhentos metros do estádio do Maracanã, onde em 2014 será realizado o jogo final da Copa do Mundo, os policiais encontram seu campo de batalha – a favela da Mangueira. Na entrada da favela encontra-se um cartaz com as letras chamativas: CV - Comando Vermelho. Segundo os repórteres, meninos de 15 anos, muitas vezes, são personagens da guerra, quando carregam em suas mãos uma arma de fogo e se colocam à inteira disposição dos narcos. A Mangueira é apenas uma de muitas favelas que são regidas sob o poder do Comando Vermelho e dos Milícias - os donos, os chefes - que ditam as leis, como o pacto do silêncio, por exemplo. Segundo o IBGE, morrem no Rio de Janeiro 68 pessoas diariamente. No entanto, ninguém sabe a quantidade exata de homicídios e a estimativa é que o número seja muito maior. Stern evidencia, ainda, o fato de que que 80% dos policiais são corruptos e que para eles, todos os moradores das favelas são criminosos. Em 2008 foram executadas mais de 1100 pessoas pela polícia . Este cenário de guerra, entre policiais e narcos, concede ao Rio de Janeiro o título de uma das capitais mundias do crime. Ah, meu Deus! Nossa cidade olímpica!
Sei que os fatos que foram abordados acima não são novidades para ninguém. Também não para alguém que vive fora de seu país. Mas, ao ler o artigo, fui inserida num mundo tão cruel e violento que foi impossível não falar sobre o assunto. A tristeza toma conta do coração.
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